quinta-feira, 26 de setembro de 2013

INDUSTRIA DA SECA



Pega fogo o sertão
Boca seca pele murcha
A maldita fome
Amar a dita fome
A que consome
A que deforma
A que aleija
A que me enoja

Pega fogo o sertão
Solo em brasa e arenoso
A maldita inercia
Amar a dita inercia
Viva o ócio
Viva a preguiça
Via o descaso
Viva a malicia


Pega fogo o sertão
Anjo mau ceifou a vida
A maldita grana
Amar a dita grana
A que enrica
A que engorda
A que me enforca
Cheiro de fossa

Pega fogo o sertão
Falta agua sobra lama
A maldita usura
Amar a dita usura
A que te rende
A que te castra
Que te molesta
Depois te mata

Pega fogo o sertão
Forrageira sempre torta
A seca vota
A seca sempre volta
Cesse o comício
A politicagem
Industria da seca
É sacanagem


Joáz de Brito

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